A mineração é descrita como uma atividade econômica e industrial que consiste na pesquisa, exploração, lavra e beneficiamento de minérios presentes na crosta terrestre. Dessa atividade, devido à baixa concentração de minérios de interesse associados aos minerais brutos, são originados os rejeitos de mineração. Estes resíduos podem causar impactos sociais e ambientais irreversíveis ao meio em que estão inseridos. Neste contexto, durante cerca de 100 anos as Minas do Camaquã foram cenário da extração do minério de cobre. Sabe-se que no período final de exploração, foi construída uma barragem de rejeitos num meandro do Arroio João Dias, que atualmente encontra-se inativada com seus resíduos expostos. Assim, o presente trabalho tem por objetivo realizar a caracterização geotécnica dos
diferentes materiais que compõem os rejeitos de mineração das Minas do Camaquã. Em síntese, os resultados apontam para uma variabilidade granulométrica e no comportamento plástico dos materiais, a qual se entende estar associada ao período de deposição dos rejeitos. Justifica-se esta variação pelas mudanças tecnológicas ocorridas no processo de exploração das jazidas, assim como pelo processo de uma provável evolução pedológica, que nos rejeitos mais antigos pode ser mais significativa.