As discussões no setor mineral brasileiro em relação a métodos alternativos para disposição de rejeitos se intensificaram após os recentes acidentes ocorridos em 2015 e 2019 nas cidades de Mariana/MG e Brumadinho/MG, respectivamente, envolvendo barragens destinadas a tal finalidade. Diante desse panorama, o método de empilhamento de rejeitos desaguados tem sido crescentemente adotado por diversas mineradoras no país. Esta abordagem visa principalmente, no contexto nacional, mitigar os possíveis danos inerentes às estruturas de disposição de rejeitos em caso de ruptura. Contudo, este cenário trouxe à tona a escassez de diretrizes tanto para projetos quanto para procedimentos aplicados à construção, manutenção e operação de tais empilhamentos. Nesse contexto, buscando consolidar as informações publicadas, o presente trabalho apresenta uma revisão bibliográfica do cenário nacional e global, elencando os principais pontos abordado sem recomendações, normas e guias relacionados à prática de disposição de rejeitos desaguados em pilhas. Ao final do estudo, demonstra se que, no cenário nacional, o setor mineral dispõe, na atualidade, apenas da norma NRM-19 (Brasil, 2001) que apresenta considerações e critérios que devem ser admitidos a toda e qualquer estrutura com a finalidade de dispor rejeitos de mineração, além de seção específica destinada a requisitos para disposição em pilhas. Já no contexto global, constatou-se também uma
escassez de documentação associada ao tema, sobretudo no que se refere à legislação e regulação, porém se destacou, ao longo do artigo, os países e instituições que desenvolveram, até o presente momento, os principais estudos, guias e diretrizes relacionados ao assunto.