Os solos residuais são o resultado dos processos de intemperismo e pedogênese, que conduzem à decomposição de rochas. A caracterização e o estudo de solos com presença de canalículos, muitas vezes, estão vinculados às fases de viabilidade e de execução de grandes obras de engenharia, principalmente de barragens. Em solos residuais da Região Amazônica foram identificados canalículos durante as obras das usinas hidrelétricas de Tucuruí (PA), Samuel (RO), Balbina (AM) e Belo Monte (PA). Apesar do extenso registro obtido por essas obras, ainda hoje, há uma lacuna na compreensão da gênese e da evolução dos canalículos presentes nos solos residuais da Amazônia. Neste contexto, o presente trabalho apresenta uma síntese e discute os resultados de ensaios laboratoriais realizados por meio do projeto de Pesquisa e Desenvolvimento (P& D) “Modelo de previsibilidade de evolução de canalículos e desenvolvimento de metodologia e software para mitigação dos impactos nas fundações de barragens”, identificado pelo código PD-07427-0322/2022, financiado pela Norte Energia S.A. por meio do Programa de P& D da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). A campanha de investigação geotécnica foi composta pela coleta de amostras, tanto deformadas quanto indeformadas, abrangendo três horizontes de solo distintos: jovem, de transição e maduro, todos derivados de um perfil de alteração de migmatito. Adicionalmente, foram coletadas amostras deformadas do solo de preenchimento e da interface de paredes de dois canalículos específicos. Os resultados obtidos detalham as propriedades específicas de cada material e proporcionam uma base comparativa, com o objetivo principal de interpretar as características dos materiais identificados nos canalículos.