Os riscos geotécnicos presentes na indústria de mineração devem ser mapeados e avaliados para manter um ambiente seguro para pessoas e equipamentos, visando ações proativas e uma operação com zero danos. O monitoramento geotécnico auxilia na avaliação do perigo e na mitigação de suas consequências. O plano de monitoramento é baseado nos riscos e consequências associados à estrutura geotécnica. Para garantir a sua eficiência, deve-se responder as seguintes perguntas: por que monitorar? onde monitorar? e como monitorar? Após os dois últimos maiores eventos geotécnicos em barragens de rejeitos no Brasil, surgiu significativamente a necessidade de criação de Centros de Monitoramento Geotécnico em diversas mineradoras, com o objetivo de avaliar os dados de monitoramento geotécnico, comunicar quando os níveis de limite da instrumentação estão fora da normalidade. Depois disso, uma série de outras ações são realizadas em relação ao Plano de Ação de Resposta ao Gatilho (TARP, Trigger Action Response Plan), como análises geotécnicas, inspeções de campo e evacuação imediata da área. Cada estrutura geotécnica tem suas particularidades ao detalhar seu fluxo de comunicação e gatilhos – como podem ser barragens de rejeitos, taludes de corte e aterro ou paredes a céu aberto. Este artigo descreve uma metodologia com seis etapas para a construção de um fluxo para monitoramento geotécnico: definição da área de interesse para monitoramento, estudo de comportamento da área, definição da tecnologia de monitoramento, definição de alarmes da instrumentação e níveis de controle, TARPs e, finalmente, controle de desvio e anomalias. Ainda, traz um exemplo de aplicação desta metodologia para uma mina a céu aberto com a utilização de um radar terrestre e uma estação total robótica automatizada.