No Distrito Federal (DF), devido a determinações regulatórias, é comum a existência de subsolos profundos nos edifícios locais, com escavações frequentemente superiores a 10 metros. Entretanto, o solo predominante na região apresenta comportamento não saturado colapsível, que é suscetível a deformações bruscas devido às mudanças no grau de saturação e/ou no estado de tensão-deformação. Devido a essa peculiaridade geotécnica, a prática comum da engenharia de fundações no DF é a utilização de cortinas de estacas para minimizar os riscos inerentes à camada colapsível do maciço. A associação dessas estruturas com elementos ativos (ancoragens) é usual para estabilizar e minimizar as deformações. Contudo, adiciona-se uma maior complexidade ao dimensionamento geotécnico, em razão dos distintos comportamentos dos elementos estruturais. O dimensionamento tradicional é baseado em métodos de equilíbrio limite, que deixam em segundo plano a relação tensão-deformação. Consequentemente, o monitoramento dos deslocamentos durante a execução é necessário, pois possibilita a retroanálise de parâmetros e a verificação das premissas de projeto. Diante disso, apresentam-se resultados e análises do monitoramento por inclinometria e do lençol freático realizados em uma escavação no DF. Os resultados mostraram que o comportamento, nem sempre é previsível quando se associa elementos estruturais com funções distintas, estacas e ancoragens.