O pressiômetro é, possivelmente, dos equipamentos de ensaios de campo, o mais indicado para a avaliação do comportamento tensão-deformação dos solos in situ. O pressiômetro de Ménard (PMT) foi desenvolvido na segunda metade da década de 1950 para uso em pré-furo, e, dependendo da qualidade da perfuração, com a menor perturbação possível do terreno, o módulo de deformabilidade obtido passa a ser a referência para os demais ensaios, podendo ser utilizado em qualquer tipo de solo e rocha. Em solos residuais, especialmente acima do nível do lençol freático, os dados obtidos invariavelmente são os melhores possíveis. Para o caso de solos argilosos saturados, como as argilas moles ou muito moles, as dificuldades de realização desse tipo de ensaio aumentam significativamente, e os cuidados com o processo de perfuração e instalação da sonda no solo devem ser muito maiores do que em solos residuais ou em solos compactados. Neste contexto, o presente trabalho tem o objetivo de publicar a primeira experiência de aplicação do PMT em um depósito de argila mole do Rio de Janeiro, na área de exploração do grupo de pesquisa em Geotecnia da COPPE/UFRJ, denominado Sarapuí II. Na presente campanha de ensaios foi possível estimar o módulo pressiométrico (EM) numa vertical até à profundidade de 4,5 metros, aproximadamente a metade do depósito investigado. A comparação dos valores obtidos com o Módulo Dilatométrico (ED), através dos ensaios de Dilatômetro Sísmico (SDMT) produziu uma boa concordância dos resultados.