A drenagem de uma obra de terra é essencial para controlar o alívio de tensões de um maciço. Sua eficiência depende da determinação do material filtro utilizado, de modo a atender o dimensionamento granulométrico, que é calculado com base em critérios de permeabilidade e retenção. Considerando dois materiais filtros, sendo um deles uma areia natural com mais de 90% de fração arenosa e o outro uma areia grossa com quase 60% de areia, e um material base, sendo um rejeito com alta porcentagem constituinte de silte, o presente trabalho estuda a diferença de comportamento de percolação da água quando associados, permitindo assim a análise do carreamento de partículas para o interior do filtro e consequente compreensão do surgimento ou não de uma zona de auto filtragem, da colmatação dos finos, e da infiltração de partículas. A discussão principal deste estudo se fez através da realização de um ensaio de percolação do material base em contato direto com material filtro, onde além dos dados de vazão recolhidos, o fluido de saída foi ensaiado para medir as partículas em suspensão carreadas com o escoamento. A análise do comportamento drenante utilizando diferentes granulometrias permitiu considerar mais adequada a utilização da areia natural como material filtro constituinte da drenagem de uma obra de terra com esse rejeito de mineração. Utilizando a areia grossa como material filtro, a análise do carreamento de partículas pelo interior da areia grossa através do ensaio de sólidos totais apresenta resultados quantitativos significativos que, junto aos dados mineralógicos, indicam a presença de hematita que não existia na mineralogia individual das areias antes de submetidas à percolação em contato com rejeito.