Os solos tropicais possuem peculiaridades típicas da sua pedogênese, incluindo classes que apresentam perfis de solo residuais altamente intemperizados, caracterizados pela concentração de óxidos e hidróxidos de ferro e alumínio, além de argilas não expansivas do tipo 1:1. A análise granulométrica da fração fina dos solos no Brasil, para fins de geotecnia, é comumente obtida pela velocidade de sedimentação das partículas em uma solução aquosa utilizando um agente químico dispersante que promove a defloculação das partículas de solo aglutinadas por meio da repulsão dos íons. O hexametafosfato de sódio é o agente dispersante indicado pela norma brasileira para análise granulométrica dos solos por sedimentação dos grãos - NBR 7181 (ABNT, 2016), sendo o mesmo agente recomendado pela norma americana D7928 (ASTM, 2021), embora vários estudos indiquem que esse defloculante não é o mais eficiente para solos tropicais com alto grau de intemperização. O objetivo desse trabalho foi comparar as porcentagens das
frações silte e argila obtidas pelo método da sedimentação utilizando quatro agentes químicos. Os dispersantes utilizados foram o hexametafosfato de sódio, o trifosfato de sódio, o pirofosfato de sódio e o hidróxido de sódio. Para realização das análises, dez solos tropicais foram selecionados de diferentes localidades de Minas Gerais. De forma complementar, foi realizada a análise granulométrica por difração a laser para cinco amostras, utilizando os mesmos defloculantes adotados na análise por sedimentação. O pirofosfato de sódio mostrou-se o defloculante mais eficiente na dispersão dos solos finos, seguido pelo hexametafosfato de sódio. O ensaio de granulometria a laser apresentou significativa variação dos resultados em relação ao processo de sedimentação para todos os defloculantes.