A principal técnica utilizada para manutenção de estradas não pavimentadas no Brasil consiste na aplicação de revestimento primário no período seco e reconformação da plataforma ao longo de todo o ano, notadamente com maior frequência no período chuvoso. Reflexo dessa rotina, os custos do transporte de materiais selecionados têm se constituído na principal parcela da medição dos contratos de manutenção de estradas não pavimentadas do DNIT. Por questões econômicas e ambientais, torna-se indispensável incorporar técnicas de estabilização que permitam habilitar solos locais ou materiais reciclados disponíveis. O presente artigo tem por objetivo apresentar os resultados de estabilizações realizadas no revestimento primário de um segmento da rodovia federal BR-030, na Península de Maraú, no estado da Bahia. A campanha experimental envolveu a realização de ensaios de frasco de areia, compactação e Índice de Suporte Califórnia. Os corpos de prova foram moldados com soluções de estabilização granulométrica (pavimento asfáltico reciclado - RAP) e química (cimento Portland), com objetivo de avaliar os efeitos da estabilização em comparação à condição original da estrada. Os resultados dos ensaios indicaram ganhos de resistência mecânica e redução da expansão advindos da estabilização dos solos, principalmente a química, mesmo a baixos teores de cimento Portland.