A nova linha circular do Metropolitano de Lisboa atravessa uma área da cidade densamente urbanizada, promovendo a ligação entre a Estação do Rato, localizada numa das colinas da cidade e a Estação do Cais do Sodré localizada na margem direita do Rio Tejo. Deste modo, a escavação subterrânea intersecta diversos tipos de materiais desde maciços rochosos até materiais aluvionares. A nova Estação de Santos ficará localizada parcialmente sob um conjunto de edifícios centenários apresentando um recobrimento de apenas 15m. Os referidos edifícios, contruídos no século XIX, dispõe de uma elevada suscetibilidade a assentamentos diferenciais dada a sua composição em madeira e alvenaria de pedra e apresentam diversas patologias estruturais. Após estimativa dos assentamentos à superfície originado pela escavação subterrânea e considerando o estado de integridade dos edifícios e a elevada heterogeneidade do seu solo de fundação, foi decidida a necessidade de efetuar previamente um recalçamento dos edifícios por forma a mitigar os potenciais danos estruturais. A solução incluiu a realização de microestacas de elevado comprimento, verticais e subverticais, por forma a transmitir as cargas ao solo competente localizado abaixo da zona de influência da escavação subterrânea, conectadas ao edifício por meio de vigas de recalçamento em betão armado. O presente artigo descreve as soluções implementadas e o comportamento do edifício durante os trabalhos da escavação subterrânea.