Utilizar ou não usar geotêxteis em sistemas de drenagem tem sido uma questão importante em projetos de aterros sanitários no Brasil, onde não há consenso nas comunidades técnica e científica quanto à utilização. Dentre as preocupações estão: diminuição progressiva da vazão pela obstrução da camada drenante de rachão e a qualidade do lixiviado extraído do aterro ao não se usar sistema filtrante; e, no outro lado, a eventual colmatação e consequente diminuição da vazão do conjunto ao se aplicar um geotêxtil de filtração. Assim, neste contexto, este trabalho realizou uma ampla revisão bibliográfica e entrevistas com profissionais de atuação na operação de aterros sanitários no Brasil. Com base nos trabalhos revisados e nas experiências dos autores e dos profissionais entrevistados, pode-se concluir que geotêxteis foram e estão sendo aplicados com sucesso. Por outro lado, deve-se também atentar aos insucessos devido às colmatações evidenciadas. O problema está nas ferramentas de análises e testes para a especificação que dependem das características do lixiviado, do material de drenagem e da operação. É natural que geotêxteis sofram perda de permeabilidade devido à formação do cake, mas estes fornecem essencial proteção à camada granular de drenagem subjacente. A opção de não usar geotêxteis pode gerar intrusão física na camada de drenagem devido ao contato com o resíduo além de gerar lixiviados com elevada carga biológica e química, perceptível na forma de lodo. Nesse contexto, os geotêxteis tem demonstrado reduzir tais cargas facilitando o tratamento do lixiviado. Conclui-se que geotêxteis adotados em sistemas filtro-drenantes de aterros sanitários devem conter grande abertura de filtração para desempenhar adequadamente a função de separação e filtração a longo prazo.