A mineração é uma atividade essencial para o Brasil, mas os recentes acidentes aumentaram a pressão social por soluções mais seguras e sustentáveis na disposição dos rejeitos. Nesse cenário, as pilhas de rejeitos filtrados emergem como uma alternativa promissora às tradicionais barragens de rejeitos. Devido às suas particularidades, essas estruturas exigem considerações específicas nos projetos. Os rejeitos compactados, mantidos próximos à umidade ótima, permanecem predominantemente não saturados durante a maior parte da vida útil da pilha. Em regiões tropicais, como o Brasil, altos índices pluviométricos podem criar zonas de saturação, afetando a estabilidade das pilhas. Este artigo apresenta uma modelagem numérica de uma pilha de rejeitos filtrados, levando em conta a sua condição não saturada, a interação solo-atmosfera típica de climas tropicais com base nos dados históricos de uma estação meteorológica do INMET. A metodologia proposta busca preencher uma lacuna no conhecimento sobre o comportamento dessas estruturas em regiões tropicais.