O planejamento de produção de uma mina subterrânea envolve primariamente o projeto de mina em conjunto com o sequenciamento das operações mineiras necessárias para a continuidade da extração do bem mineral de maneira segura e sustentável. Para que o plano de produção possa atingir um grau aceitável de previsibilidade e assertividade, é necessário que o projeto e sequenciamento estejam baseados em parâmetros robustos que possam atender às especificidades do depósito explotado. Nesse contexto, é necessário identificar, avaliar e quantificar os riscos intrínsecos ao plano de forma que sejam tomadas as devidas ações mitigadoras. Sob o ponto de vista geotécnico, o risco se relaciona com os diferentes mecanismos de instabilidade presentes ao longo da vida útil planejada para as escavações e que podem trazer impactos significativos para o sucesso do plano. Dessa forma é necessário fazer com que a disciplina de geotecnia esteja presente de maneira efetiva na formação do plano de produção de médio prazo atuando para quantificar e avaliar o risco geotécnico relacionado às operações subterrâneas. Para isso, foi proposta a aplicação de um modelo de blocos tridimensional que integra dados geotécnicos (classificação de maciço, tensões in-situ, dados estruturais) em conjunto com parâmetros de projeto e de sequenciamento de lavra e enchimento. Em posse desses dados e com base na retroanálise de realces lavrados, foram formulados critérios para definição de risco geotécnico de realces que resultaram na definição do perfil de risco geotécnico do plano de lavra da mina Pilar, Ero Brasil Caraíba.