A técnica de estabilização de solos com a adição de cimento tem sido uma prática comum no Brasil por décadas. Esse método, frequentemente associado a grandes volumes de material, é empregado em diversos contextos, como na estabilização de camadas de base de pavimentos. No entanto, a produção de cimento convencional emite grandes quantidades de CO2 na atmosfera indo, portanto, na contramão da sustentabilidade. Diante deste cenário, o presente artigo busca uma alternativa para reduzir o consumo de cimento nas misturas ao introduzir um agente físico derivado de um resíduo, o micro PET, um microplástico de difícil reciclagem e notório poluente ambiental. O estudo avaliou a resistência à compressão simples (RCS) de misturas de solo-cimento com substituição parcial do material cimentício por micro PET. Para isto, foram realizados ensaios de compressão simples em misturas compactadas na Energia Normal de Proctor, fixando o teor de cimento em 8 % e variando as substituições em 30 %, 50 % e 70 % da massa de cimento pelo micro PET. Apesar da redução da resistência à compressão observada para as misturas ensaiadas, os resultados mostraram viabilidade na aplicação das misturas de solo-cimento-PET em camadas de bases de pavimentos para o teor de substituição de 30 %, cuja resistência à compressão foi superior ao mínimo de 2100 kPa exigido por norma. Tais descobertas apontam para a viabilidade do uso do resíduo em soluções técnicas, impulsionando práticas sustentáveis na engenharia.