A criação de superfícies com texturas pré-projetadas é uma meta recente na indústria. Há uma demanda em incorporar superfícies que tragam múltiplas possibilidades de otimização do desempenho do componente, como longa vida em fadiga, alta resistência ao desgaste, baixa fricção e melhor refrigeração. Vários processos são hoje empregados para obtenção de superfícies texturizadas, como retificação, fresamento e mesmo a usinagem assistida por vibração. De qualquer forma, quaisquer processos de usinagem já estão intrinsecamente propensos a vibrações, especialmente quando ocorre o fenômeno de realimentação da vibração pelo próprio sistema, o chamado chatter. Essa vibração autoexcitada costuma ser encarada como prejudicial para a vida da ferramenta e a qualidade da superfície usinada; porém, assim como na usinagem assistida por vibração, pode-se supor que ela pode ser usada de forma benéfica para criação de superfícies texturizadas, eliminando assim a necessidade de uma fonte externa de vibração. O presente trabalho tem como objetivo estudar e caracterizar a superfície incomum obtida no processo de torneamento duro sem fluido de corte em um trabalho anterior realizado no grupo de pesquisa em que se insere, para, enfim, reproduzi-la em condições distintas. Empregar o torneamento duro para fabricação de superfícies texturizadas é uma possibilidade ainda pouco explorada que pode trazer grandes avanços na integridade superficial dos componentes.