Em dezembro de 2019 surgiu uma nova cepa de coronavírus, o qual foi denominado SARS-CoV-2, responsável por causar a COVID-19. No Brasil, milhares de pessoas já foram infectadas pelo novo coronavírus. Além do alto potencial de transmissibilidade e gravidade da doença, esta emergência de saúde pública tem um impacto no estado psicológico da população, visto que a vida e rotina das pessoas sofrem alterações, inclusive no que se refere à economia familiar. O impacto desse evento de saúde pode levar os indivíduos a desenvolverem respostas psicológicas, tais como nervosismo, estresse, ansiedade, tristeza, depressão, medo e irritabilidade. Algumas alterações orais estão intimamente relacionadas ao estado psicológico dos indivíduos, como por exemplo o bruxismo dental, que é uma disfunção músculo-esquelética caraterizada pela intensidade e pela repetição periódica de apertar e ranger os dentes, sendo um fator de risco para o desenvolvimento de dor orofacial. Sendo assim, é de se esperar que fatores psicológicos associados à pandemia possam levar a um maior risco de desenvolver, piorar e perpetuar o bruxismo, principalmente bruxismo em vigília, e consequentemente ocasionar diversos prejuízos na estrutura bucal (desgastes dentários, dor muscular e articular, desenvolvimento de disfunção têmporo mandibular), bem como na redução da qualidade de vida da população.