A pandemia da COVID-19 trouxe uma série de desafios ao mundo. Além das consequências sociais, políticas e econômicas relativas a este novo cenário, o distanciamento social e o confinamento em casa têm proporcionado mudanças significativas na dinâmica familiar. Profissionais da saúde mental têm se preocupado em investigar as possíveis repercussões dessa pandemia, como a presença de stress, ansiedade, medo e depressão, que poderiam estar afetando as crianças, os pais e as relações familiares. Estudos sobre as consequências na saúde mental e no bem-estar psicológico dos indivíduos em quarentena demonstraram que, a separação dos entes queridos, a perda de liberdade e privacidade, o medo de adoecer ou perder um familiar, podem ocasionalmente causar efeitos negativos. O presente estudo teve como objetivo examinar as relações familiares durante o período de distanciamento social no contexto da pandemia da COVID-19. Foram encontrados poucos estudos. Os resultados são parciais e indicam que o distanciamento social afetou negativamente qualidade das relações familiares, com o aumento, inclusive, da violência doméstica. Percebe-se a necessidade de estudos empíricos que investiguem a qualidade das interações familiares a partir das teorias do desenvolvimento socioemocional, em especial a teoria do apego. Sendo assim, sugere-se o desenvolvimento de estudos de intervenção, como estratégias para promover a interação familiar minimizando os possíveis efeitos negativos do isolamento, como a violência doméstica.